13 de março de 2015

Mercado de capitais busca pequena empresa

Instituto Brasileiro de Relações com Investidores, o IBRI, lança livro que aborda o papel do RI na captação de recursos financeiros para as pequenas e médias companhias, familiares e fechadas
Num universo de 5 milhões de pequenas e médias empresas brasileiras há um potencial de 40 mil (0,8%) que podem acessar instrumentos de captação de recursos no mercado de capitais e a Bolsa de Valores nos próximos anos, se estiverem devidamente preparadas.
"O potencial é muito grande, mas o segmento de private equity [de aquisição de participações societárias] não vai dar conta sozinho. Há capital disponível para bons negócios e empresas preparadas", disse Sidney Chameh, da DGF Investimentos e ex-presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap).
O presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), Geraldo soares considerou que o número de companhias listadas na Bolsa de Valores de São Paulo é muito pequeno. "Será um grande desafio para nós nos próximos anos trazer as pequenas empresas ao mercado de capitais", disse.
Entre as dificuldades para atrair novos integrantes, Chameh disse que muitos pequenos empresários ainda resistem a abrir informações aos potenciais sócios.
"As negociações param por falta de informações. O investidor precisa conhecer o passivo tributário, trabalhista e a contabilidade do negócio. Os fundos [de private equity] investem em empresas de boa qualidade, mas querem comprar por um preço justo e agregar valor ao negócio".
O representante da área de capital empreendedor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fernando Antunes Mantese, lembrou aos pequenos empresários que há diversas linhas de capital e fundos de investimentos do banco federal dedicados às pequenas e médias empresas.
"O objetivo do BNDES é incentivar o máximo de instrumentos de captação possíveis. Fundos de capital semente e de equity são muito adequados para pequenas empresas de tecnologia, inovadoras e de biotecnologia", disse Mantese, em evento do IBRI e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) realizado ontem na sede da BM&FBovespa, na cidade de São Paulo.
Para a representante do Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Maria Auxiliadora de Souza, dependendo da natureza de risco de um determinado negócio, nem sempre o crédito bancário é a forma mais adequada da micro e pequena empresa se financiar. "O empreendedor pode buscar um recurso de investidor anjo. Desde que ele entenda que ser o único dono não é vantagem hoje", disse.
Questionado sobre quais são os maiores problemas para uma pequena e média empresa acessar o mercado de capitais, Chameh ressaltou que há uma questão cultural, e que os empreendedores brasileiros não abrem seus riscos.
"Existem problemas em todas as áreas. Muitas vezes, o empresário não tem a visão completa do seu negócio ou minimiza certas questões, sua complexidade tributária ou trabalhista", exemplificou.
Lançamento educativo
Entre as iniciativas para melhorar a educação financeira entre os empreendedores de pequenos e médios negócios, ontem, o IBRI e a CVM lançaram o livro "Relações com Investidores da Pequena Empresa ao Mercado de Capitais".
O material conta com os casos de sucesso da Senior Solution e da Helbor Empreendimentos que abriram capital na Bolsa de Valores nos últimos anos e experimentaram crescimento expressivo desde a oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês).
"Nossa oferta de R$ 250 milhões foi 100% primária, destinada a investimentos. Após 7 anos, a empresa vale mais de R$ 1 bilhão e já distribuímos R$ 400 milhões em dividendos", exemplificou o relações com investidores (RI) da Helbor, Ricardo Rosanova.
Fonte: DCI / Ernani Fagundes
 

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