29 de abril de 2015

“Todos os Estados vão quebrar”, analisa secretário da Fazenda na Acij

"Santa Catarina também. Mas será o último", disse Antonio Gavazzoni ao demonstrar preocupação com o futuro da economia do Estado
A autorização para o projeto de duplicação do eixo industrial de Joinville (avenidas Hans Dieter Schmidt e Edgar Meister) foi dada. O projeto poderá ficar pronto em dois meses a um custo de R$ 400 mil. Quando for definido o orçamento, o valor será submetido ao governador Raimundo Colombo para aprovação e liberação dos recursos.
A afirmação é do secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, convidado da reunião desta segunda-feira na Acij.
Gavazzoni se mostrou otimista com a economia catarinense para este ano, mas muito preocupado com o futuro. O secretário revelou que “todo dia” há consultas para investimentos no Estado e acredita que o PIB catarinense, neste ano, vai crescer pelo menos 3% – em 2014, aumentou 2,7%.
Explicou que São Paulo, Rio e Minas sofrem com a perspectiva de racionamento, e isso afugenta investimentos. E os governos paranaense e gaúcho não conseguem mais pagar suas contas. Contrariando muitos analistas, o secretário aposta que o PIB do Brasil será positivo em 2015.
— Um pouco só, mas positivo.
Como nem tudo é favorável, Gavazzoni revelou que a folha salarial do Estado já compromete 48,96% da receita corrente líquida. A legislação fixa limite em 49%. Neste contexto, duas greves estão em andamento. Confrontado, foi enfático:
— Os servidores públicos não podem fazer greve. A lista de direitos é incompatível com a realidade na iniciativa privada.
Segundo o secretário, o déficit previdenciário de SC foi de R$ 2,6 bilhões em 2014. É o mesmo valor anualmente aplicado em saúde e só pouco mais do que em segurança (R$ 2,9 bilhões). Desde 2006, foram colocados R$ 13,6 bilhões para atender direitos de inativos.
Não há o que fazer para equacionar esta situação financeira negativa
Nos próximos anos. Pior: os compromissos financeiros listados nas legislações consomem 116% da arrecadação. Quer dizer, não há como pagar tudo o que a lei manda.
— No futuro, todos os Estados vão quebrar. Santa Catarina também. Mas será o último.
Falando para empresários, desmanchou boa parte do apetite por investimentos na cidade e demonstrou, de maneira simplificada, que o Estado faz desoneração de R$ 700 milhões a favor de Joinville. A conta: o município entrega R$ 1 bilhão em ICMS por ano. Deste total, R$ 400 milhões voltam à Prefeitura como retorno obrigatório. E o Estado faz aporte de recursos em saúde, educação e segurança.
Fonte: Diário Catarinense
 

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