29 de abril de 2015

Saiba o que muda com as novas regras do financiamento da Caixa Econômica Federal

Banco reduziu o percentual de recursos da poupança que podem ser usados para comprar apartamentos usados
A Caixa Econômica Federal aumentou duas vezes neste ano os juros do financiamento imobiliário e, na última segunda-feira, reduziu o percentual de recursos da poupança que podem ser utilizados para comprar apartamentos usados (de uma máximo de 80% para um mínimo de 40%) e já tinha reduzido para novos (de 90% para 80%). As mudanças passam a valer a partir do dia 4 de maio.
Entenda abaixo o que permanece e o que muda no banco que é o responsável pela maior parte dos financiamentos imobiliários do país.
Muda alguma coisa no financiamento que eu já pago?
Não. Não muda muda. O que assinado foi, assinado está. É ruim quando os juros caem (e você está pagando mais do que os novos contratos). Mas é bom nesses momentos em que o custo do crédito está em alta. Não vai mudar quanto você paga de juros dentro do contrato que já está feito.
O que muda então?
Os imóveis na faixa entre R$ 170 mil até R$ 650 mil em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e na maior parte dos Estados, tiveram o total que pode ser financiado pela Caixa Econômica alterado. Em apartamentos novos, por exemplo, o percentual caiu de 90% para 80% — ou seja, quem quiser comprar vai ser obrigado a desembolsar mais para comprar. Mas a maior mudança foi em imóveis usados, que caíram de 80% e 70%, dependendo da linha de financiamento, para 50% e 40%. Na hora da compra, agora vai ter que já pagar a metade ou mais do valor total da casa ou do apartamento. Quem escolher comprar pelo programa Minha Casa Minha Vida ou com recursos do FGTS, não terá nenhuma alteração.
Quem é afetado?
Duas “categorias” são os mais afetados pela mudança. Primeiro, quem comprou apartamentos na planta como investimento. Mesmo sem nunca ter usado o imóvel, assim que receber a chave da construtora ele será considerado usado. E deve ficar mais complicado vender com essas novas regras. A expectativa do mercado é que haja uma redução da procura, e uma queda nos preços para tentar compensar a demanda.
O segundo grupo de pessoas que será prejudicado é aquele formado por quem já firmou neste mês contratos de compra e venda em imobiliárias, mas ainda não conseguiu fazer o contrato de financiamento com a Caixa. Assinaram a promessa de que comprariam um apartamento, por exemplo, em uma situação e agora ela é outra.
É possível que ocorram cancelamentos de contratos com construtoras, por parte de quem comprou na planta o imóvel. Também é provável que algumas pessoas tenham que desistir do sonho da casa própria que já estava encaminhado, e desistir do contrato de compra porque não ia ter recursos para arcar com uma entrada maior — pagando uma multa que normalmente é de 10% do valor da venda.
Alguém ganha com isso?
No médio e longo prazo, as construtoras devem ganhar com a mudança. As alterações tornam bem mais conveniente comprar uma casa ou apartamento novos do que uma usada, pela diferença no valor que pode ser financiado. Em um imóvel de R$ 250 mil, por exemplo, é possível pegar emprestado R$ 200 mil no caso de um novo e apenas R$ 125 mil, no caso de um já construído.
O que eu posso fazer para contornar?
Uma opção é negociar o preço. A necessidade de uma entrada maior dá mais margem para tentativas de baixar o preço final — já que a demanda pela compra deve cair.
Não tenho dinheiro agora. Existe alguma alternativa?
Outra opção é buscar esses financiamentos em bancos que não a Caixa Econômica, sejam eles públicos ou privados. Cada um tem suas regras para financiamento imobiliário e podem permitir um percentual maior, mas também a juros maiores. Uma possibilidade que deve crescer com esse novo cenário é a dos consórcios imobiliários. Um grupo de pessoas poupa em grupo e vai sendo beneficiada pela compra dos imóveis a cada novo pagamento, em que normalmente o agraciado é escolhido por sorteio. A vantagem é eliminar os juros do processo, mas a desvantagem é que existe a possibilidade de você ser o último a receber seu apartamento.
Por que a Caixa Econômica fez isso?
A Caixa Econômica argumenta que o mercado já vem se ajustando, desde 2012, à queda da demanda/velocidade de vendas na faixa de preço entre R$ 170 mil e R$ 650 mil. Alega também que o foco do banco este ano será o financiamento de imóveis novos, com destaque para a habitação popular — operações do Minha Casa Minha Vida e recursos do FGTS. O mercado, no entanto, acredita que a medida ocorre por falta de recursos. No primeiro trimestres deste ano, a retirada das poupanças superou em R$ 23,2 bilhões os depósitos. Apenas em março, foram R$ 11,4 bilhões em saques, o maior número da série histórica.
Fonte: Diário Catarinense
 

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