16 de maio de 2015

Levy visita SC e promete ajudar nas concessões para iniciativa privada

Acalmar o poder executivo de Santa Catarina e a classe produtiva do estado. Em resumo esse foi o principal motivo da visita do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que aconteceu nesse sábado, dia 16. Em solo catarinense, o primeiro compromisso do ministro foi um café da manhã, em portas fechadas, com o governador do estado, Raimundo Colombo, o secretário da Fazenda, Antônio  Gavazzoni, além de uma parte do colegiado. “Santa Catarina é um exemplo do Brasil que dá certo. E obviamente o que dá certo é resultado de muito trabalho”, disse Levy ao iniciar a entrevista coletiva que concedeu no Centro Administrativo do Governo de Santa Catarina em Florianópolis.
Levy ressaltou o momento de ajuste e de transformação da economia do país. Em tom de otimismo, mesmo com mudanças na economia global, queda no preço das commodities, o Brasil também tem que colocar as suas contas em dia. Para o país voltar a crescer, Levy ressaltou alguns fatores como o reajuste fiscal aprovado por completo no Congresso Nacional. O que inclui evitar também o aumento de despesas permanentes do governo e dar maior confiança ao setor privado. “O setor privado tem que sentir confiança que os riscos fiscais estão diminuindo de tal forma que ele esteja disposto a colocar mais do seu dinheiro e investir”, acrescentou. Segundo o ministro, se tudo isso ocorrer, 2016 pode ser um ano “de notícias boas para a economia”.
Sobre a reunião com a presidente Dilma Roussef, que deverá ocorrer domingo , 17, em Brasília, que deverá reunir todo o seu ministério, o ministro da Fazenda brincou, dizendo que espera que não seja até muito tarde. Em seguida, em tom mais sério, Levy afirmou que diante da evolução da arrecadação, é necessário que seja feito um corte em todas as áreas, para que o Brasil possa voltar ao nível do ano de 2013. Segundo ele, será preciso uma disciplina por parte de seus colegas ministros para que isso aconteça. “Vamos cortar aquilo que podemos cortar. E a linha de base é o que a gente vai gastar. Se gastarmos o mesmo que foi gasto em 2013, estaremos bem equilibrados com a nossa realidade atual”, salientou Levy.
Joaquim Levy foi enfático em dizer que o governo não poderá criar novos gastos. “Toda vez que se cria um gasto novo, está se contratando novos impostos e não podemos continuar funcionando desse jeito”, argumentou.
Sobre a proposta que está indo para o Senado Federal sobre as mudanças nas regras previdenciárias, o ministro informou que nas contas do ministério da Previdência Social a retirada do fator previdenciário vai aumentar as despesas de maneira bastante significativa em médio prazo.
Infraestrutura
Para Joaquim Levy o governo federal deve ser um agente que ajude aos governos estaduais a terem mais agilidade nas suas tomadas de decisões. Segundo ele, não se pode apenas esperar recursos do governo federal em longo prazo. “Temos que ajudar na maior participação da iniciativa privada no desenvolvimento”, resumiu. Em Santa Catarina, o ministro disse que irá ajudar na concessão do aeroporto internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, para que aconteça até o final deste ano, no máximo início de 2016. “Existe uma pré-disposição do setor se envolver mais em obras de infraestrutura”.
Para o governador Raimundo Colombo essa conversa com o setor privado, com o aval do governo federal, é muito importante para a solução de alguns problemas chaves de Santa Catarina. No próximo dia 20 o governador terá uma audiência com o ministro Nelson Barbosa, para levarmos o pedido de concessão de estradas federais que cortam Santa Catarina (280, 153, 470, 282) e a Ferrovia da Integração (que liga o Oeste ao Litoral).
Palestra
Era nítida a alegria de membros do governo do estado de Santa Catarina e de empresários ao ver o ministro Joaquim Levy, em seguida da coletiva à imprensa, entrar no teatro Pedro Ivo Campos para proferir uma rápida palestra sobre os novos rumos da economia do país. Desde 2011 o estado não recebia um ministro da Fazenda, o último a visitar Santa Catarina foi Pedro Malan.
Antes de iniciar a palestra foi pedido um minuto de silêncio em respeito ao falecimento do senador Luiz Henrique da Silveira, ocorrido há uma semana. Em seguida, Levy disse para mais de 700 empresários e membros do governo estadual que o país está saindo de uma política econômica esgotada. “Temos que nos basear agora no que chamo de Agenda Triplo A. Fazer o ajuste fiscal, desonerar a folha, que hoje nos dá um custo de mais de R$ 25 bilhões por ano e  a participação do setor privado. “Temos que mensurar melhor o gasto público”, afirmou.
O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Fiesc, Glauco José Corte, no final da palestra pediu a palavra e falou das principais preocupações do empresariado catarinense. Glauco disse ao ministro que concordava com as medidas de ajustes, mas que elas não fossem apenas fiscais. O empresário pediu a Levy que o setor privado “volte a ser tratado como merece pelo poder público, sem tantas interferências burocráticas e remuneratórias”. O presidente da Fiesc lembrou que a bancada federal catarinense votou a favor do projeto de Terceirização e que a manutenção da desoneração da folha, por parte das indústrias é fundamental. Glauco José Côrte também lembrou da necessidade da concessão das estradas e da Ferrovia da Integração, que liga o Oeste ao Sul de Santa Catarina.  A agenda de Joaquim Levy por Santa Catarina continou a tarde, no sábado, com encontros com empresários e visitas a indústrias da região de Joinville.
Em Joinville
O prefeito de Joinville, Udo Döhler, recepcionou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Durante o encontro, o prefeito valorizou o potencial econômico da cidade. Udo Döhler ressaltou a importância da presença de Levy. “Em 30 anos, Joinville vai dobrar a população. Nosso potencial econômico é um dos maiores e mais importantes do Sul do Brasil. A presença do ministro foi fundamental para sensibilizar o governo federal que somos estratégicos para a economia do País”, disse Udo Döhler.
Na visita, o ministro Joaquim Levy participou de um almoço, palestrou para empresários na Associação Empresarial de Joinville (Acij) e explanou das ações do governo federal para enfrentar a crise econômica . Levy também visitou a empresa Embraco.
Fonte: EconomiaSC / Marcelo Passamai
 

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