15 de maio de 2015

Bancos promovem ‘tarifaço’

Custo de transferências subiu até 12% e taxa de confecção de cadastro ficou até 50% mais cara
No primeiro trimestre de 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais caiu 1,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Se indústria, agropecuária, comércio e serviço vão mal, os bancos continuam com lucros bilionários e crescimentos superiores a 20%. Boa parte dos ganhos vem das tarifas e já está aberta a temporada de reajustes. Segundo dados de maio do Banco Central, dos serviços mais usados, o custo das transferências como DOC e TED foi o que mais subiu em relação a 2014.
Já de acordo com levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead-UFMG), os preços de alguns serviços aumentaram até 50%, como o caso da confecção de cadastros nos bancos públicos, que passou de R$ 20 para R$ 30 de abril de 2014 para abril de 2015.
A reportagem pesquisou as tarifas do Santander, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. No caso de DOC e TED pela internet, o maior reajuste foi o da Caixa, que passou de R$ 6,50 para R$ 7,30 (12,3%). Bradesco e Itaú reajustaram na casa de 7,5%. Banco do Brasil e Santander não alteraram essa cobrança, mas corrigiram outras.
Segundo o Bradesco, os realinhamentos de preços obedecem os prazos estipulados pelo Banco Central. “A tarifa de DOC/TED na internet no valor de R$ 7,35 estava vigente desde maio de 2013. A partir de abril de 2015 foi realinhada em 7,48%, passando para R$ 7,90, índice inferior ao IGPM acumulado, que nesse período foi de 10,51%”, justifica o banco, via assessoria de imprensa.
O Banco do Brasil elevou, por exemplo, a taxa da folha de cheque em 4,76%. O banco explica que a nova tabela entrou em vigor em dezembro de 2014, para corrigir uma defasagem em relação à inflação acumulada de 2008 a 2014. “Em média, essa defasagem era de 20% para pacotes de serviços e 55% para tarifas avulsas (serviços prioritários). Além disso, no período, houve correção das despesas com pessoal e estrutura, necessárias para a prestação dos serviços vinculados às tarifas”, explica o BB. Itaú e Caixa não responderam.
O fotógrafo Jaques Azevedo, 52, recebeu um comunicado do Santander anunciando que, a partir de junho, seu pacote de serviços subiria para R$ 23,40. “Minha tarifa era menor do que R$ 20, portanto, a alta foi de 17%, mais ou menos. Liguei para o banco e me disseram que eu poderia ter um desconto de 50% na tarifa se eu tivesse um investimento de R$ 40 mil ou isenção total, se o investimento fosse de R$ 60 mil. Se eu tivesse esse dinheiro, não estaria reclamando do aumento da tarifa”, afirma Azevedo.
O comunicado de correção do valor pacote foi enviado a todos os clientes, mas, segundo o Santander, a própria carta já deixa claro que, se o correntista possuir algum desconto no pacote, terá seu benefício mantido. De acordo com o banco, esse é o caso de Azevedo, que já tinha uma redução concedida. “O Santander esclarece que o valor do pacote de serviços do senhor Jaques Azevedo foi reajustado de R$ 22,10 para R$ 23,40 abaixo do IPCA do período, de junho 2014 a junho 2015. O banco ressalta que o desconto concedido para este cliente será mantido conforme comunicação enviada pela instituição.”
Fonte: O Tempo
 

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