20 de junho de 2015

Sescon e Receita alertam para fraude de consultores


Esquema pode ter causado prejuízo de R$ 100 milhões para empresas de Blumenau e região

Mais de 30 empresas da região de Blumenau caíram em um golpe aplicado por um grupo de profissionais que se intitulavam como “consultores tributários”. O prejuízo pode ultrapassar R$ 100 milhões. As informações são do delegado da Receita Federal, Jaime Böger, durante encontro realizado com a imprensa na tarde desta quinta-feira (18), no auditório do Sescon Blumenau.
Até o momento, o delegado contou que seis empresas que sofreram o golpe já passaram pela auditoria da Receita Federal. As perdas somente dessas organizações chegam a R$ 30 milhões, sem contar outros custos que podem decorrer do caso.
O esquema vem sendo aplicado desde março do ano passado, conforme informou Böger, quando a Receita identificou irregularidades na primeira empresa que caiu no golpe. Desde então, o sistema de monitoramento da Receita tem identificado novos casos em toda a região.
Somente uma das empresas, por exemplo, pode ter somado perdas de R$ 20 milhões, considerando os tributos e multas devidas para o governo federal mais o repasse feito aos criminosos.
Nelson José Mohr, presidente em exercício do Sescon Blumenau, disse que a entidade já notificou os contadores associados sobre o esquema e pediu para manterem seus clientes atentos.
Tanto as empresas de pequeno porte como grandes organizações caíram no golpe. A cidade que mais registrou casos foi Blumenau.
Como funciona o esquema
Já conhecido em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo e no Distrito Federal, o golpe é aplicado por uma consultoria que oferece proposta para liquidar os débitos tributários federais das empresas.
Após a assinatura de contratos, os consultores exigiam um pagamento, a procuração eletrônica das organizações e a senha de acesso para o sistema da Receita.
O pagamento era feito para uma conta fantasma, de uma terceira pessoa que nem era mencionada nos contratos assinados. Os valores transferidos nesse pagamento eram estipulados entre 20% e 82% dos débitos federais das organizações.
Com os dados das empresas em mãos, os criminosos retificavam débitos zerados no sistema e apresentavam aos empresários planilhas e documentos falsos mostrando que os tributos estavam liquidados. De acordo com o delegado, tudo visando ludibriar e passar uma falsa sensação aos empresários.
O prejuízo
Por permitirem que os criminosos retificassem com erro os dados no sistema, as empresas acabaram sendo as maiores prejudicadas. Além do prejuízo com o grupo criminoso, as organizações continuam devendo os tributos ao governo federal e ainda precisam pagar multas de até 150% para a Receita, além de responderem por ações penais.
“O prejuízo pode ser de até três vezes o valor dos débitos devidos inicialmente pelas empresas”, afirmou o delegado.
Jaime Böger também contou que as empresas atingidas pelo golpe devem apresentar ação conjunta ao Ministério Público.
Orientação
Para evitar cair nesses tipos de golpes, o delegado sugere aos empresários que mantenham contato com a Receita Federal, que possui um canal para esclarecer todas as dúvidas. Durante o encontro, Böger afirmou que ‘milagre tributário’ não existe e que o prejuízo por participar desses esquemas sempre será maior para as empresas.
Fonte: Noticenter

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