12 de agosto de 2015

Falta de aderência à cultura da empresa desmotiva executivo

Os desafios profissionais, a cultura da empresa e a presença de lideranças são fatores de satisfação mais importantes para executivos do que a remuneração, segundo um levantamento realizado pela empresa de recrutamento Flow Executive Finders.
A pesquisa, que contou com as respostas de 515 profissionais em cargos gerenciais, de direção ou de conselho, foi motivada pela percepção dos headhunters da empresa de que os executivos passam cada vez menos tempo na mesma empresa.
Os números do levantamento reforçam essa noção ­ a maior parte dos entrevistados, 45%, está na mesma empresa há menos de dois anos, e apenas 24% estão na mesma companhia há mais de cinco. "Todos têm o discurso de que querem ficar, mas o ciclo de permanência nas organizações está diminuindo", diz Igor Schultz, sócio da Flow.
A questão do propósito da organização e o alinhamento com os valores do próprio executivo são o que mais pesam na decisão desses profissionais ficarem ou deixaram uma companhia. A maioria dos executivos (88%) diz preferir empresas com valores e práticas alinhadas com as suas convicções, mesmo quando a remuneração é menor.
Dentre profissionais abordados pelo mercado com propostas, 52% preferiram ficar na mesma empresa onde estavam por causa dos valores da companhia. Mais da metade dos executivos (68%) acham que é mais fácil se engajar em uma companhia e crescer dentro dela quando ela tem um propósito claro.
Essa convicção se traduz nos principais fatores escolhidos pelos executivos como fontes de motivação nas empresas onde trabalham. A grande maioria (73%) se considera satisfeita na organização em que está atualmente. Os desafios profissionais, a cultura da empresa e o ambiente de trabalho e a relação com os chefes aparecem antes da remuneração como fatores de satisfação. O cargo e a descrição das atividades exigidas para a vaga vêm em seguida (veja gráfico).
Embora considerem os valores importantes, a pesquisa aponta que há desconhecimento dos profissionais durante os processos seletivos e que as empresas nem sempre conseguem comunicar seus propósitos. Cerca de 60% dos executivos dizem que desconheciam os valores da companhia onde trabalham antes de serem contratados, e 40% acham que as companhias onde atuam não comunicam seu propósito com eficiência durante o processo de integração de novos funcionários.
"Vemos que os executivos valorizam o propósito na concepção da ideia, mas que eles não pesquisam com profundidade a proposta da empresa, ou fazem uma reflexão integral do que é aquele movimento de carreira", diz Schultz. Muitas vezes, segundo o headhunter, o que falta para tomar uma decisão desse porte é autoconhecimento da proposta de valor do próprio executivo.
Valor Econômico
 

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