19 de outubro de 2015

Como gerir seu negócio em tempos de crise

Você precisa dirigir o olhar para aquilo que é prioritário e tomar as decisões certas
"Quando o mar estava calmo, todos os navios mostravam competência… flutuando". Essa frase atribuída a William Shakespeare explica muito bem o que tem ocorrido com milhares de empresas no País: enquanto o mercado encontrava-se em pujante crescimento, elas pareciam sólidas e invencíveis; agora que surgiu uma tempestade daquelas e a força das ondas atingiu o seu casco, já não sabem mais o que fazer.
O fato é que as crises serão cada vez mais frequentes em todos os mercados daqui em diante. Algumas provocadas pelo contexto macroeconômico desfavorável, outras pela atuação impecável de concorrentes agressivos ou decorrentes das mudanças no comportamento do consumidor e ainda teremos aquelas que ninguém consegue compreender muito bem. Só uma coisa permanecerá: o fato de que a verdadeira capacidade de um líder é provada quando ele precisa solucionar questões que a maior parte das pessoas não encararia.
A boa notícia é que não existem segredos, você só precisa olhar para aquilo que é prioritário e tomar as decisões certas. Para isso, duas perguntas são fundamentais: "Qual é o verdadeiro problema que enfrentamos? E quais as opções que tenho para solucioná-lo, mesmo não tendo certeza de coisa alguma?" Como referência, as crises macroeconômicas anteriores nos ensinaram algumas coisas. São elas:
Controle o caixa de perto
Empresas que fazem uma boa gestão de custos e acompanham a saúde do caixa diariamente são mais ágeis na hora em que é preciso redirecionar a estratégia e também estão preparadas para fazer ótimos negócios de ocasião. E é óbvio, evite endividar-se: como o crédito está muito caro, uma tacada infeliz agora pode inviabilizar o futuro da empresa.
Faça novos investimentos com moderação
Aplique recursos naquilo que traz resultados rápidos ou precisa ser feito para que vocês aproveitem a próxima janela de oportunidades que aparecer. No caso específico de uma indústria, a menos que a empresa continue crescendo muito apesar da retração do PIB ou o seu parque fabril esteja sucateado, evite adquirir maquinários caros ou modernizar a produção, pois muitos concorrentes estão com capacidade ociosa.
Fique atento às vendas
Os números da área comercial neste momento revelam com clarividência se os seus produtos e serviços são realmente valiosos para os clientes ou não, quais mudanças precisam ser feitas no portfólio o quanto antes e que tipo de capacitação seus vendedores devem receber para terem sucesso no atual cenário. Quem trata as informações do campo com a atenção merecida sabe como agir para crescer ou ao menos minimizar a perda de receitas.
Continue mostrando a sua empresa ao mercado
É muito comum que os executivos cortem as verbas publicitárias e de propaganda pela metade quando alguma crise se apresenta, colocando em risco tudo aquilo que foi construído durantes anos e ignorando o fato de que, sem visibilidade, a marca pode ser esquecida pelos clientes. Se o dinheiro está curto, redefinam as prioridades para os próximos meses a fim de manter os principais canais de comunicação, afinal a sua marca precisa continuar a fazer parte da vida dos clientes.
Evite demissões desnecessárias
Antes de fechar postos de trabalho, procure outros custos fixos que possam ser cortados e só demita quem não fará falta agora nem depois. Por quê? O custo das recontratações pode ser tão alto quanto o das demissões, sem contar que assim que a economia se recuperar você precisará de gente capacitada para alavancar a companhia. Em contrapartida, se a sua empresa continua crescendo, lembre-se de que muitos profissionais competentes estão disponíveis no mercado e aceitam receber salários menores para não ficarem desempregados.
Em tempos de prosperidade econômica, as falhas de gestão e os custos da ineficiência podem ser compensados pela alta demanda e as grandes margens de lucros. Mas nos próximos meses, a sua empresa só crescerá se você tomar as decisões certas, agir rápido e demonstrar uma grande capacidade de execução operacional.
Fonte: Folha Web

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