22 de novembro de 2015

Confiança em baixa do empresário reflete nos investimentos, sinaliza pesquisa da Fecomércio SC

O momento atual da economia é de pessimismo para os empresários do comércio em Santa Catarina, é o que apontou a Pesquisa de outubro do Índice de Confiança do Consumidor Catarinense, realizada pela Fecomércio SC.
A visão de insegurança do setor em relação ao futuro é confirmada pelo baixo volume de vendas e sucessivas revisões para baixo do crescimento do PIB. O estudo avalia a opinião dos empresários do setor sobre sua percepção ao segmento comercial, cenário da economia atual e previsões de investimentos.
Dados revelam que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) subiu pouco em outubro, mas permanece rondando o menor resultado da série histórica. Registrando em outubro (87,4), patamar considerado de pessimismo, numa escala que vai de 0 a 200.
A baixa do ICEC resulta do menor dinamismo do mercado interno, expressado principalmente pela diminuição dos postos de trabalho e retração dos salários.
“Temos um ciclo fechado, no qual cada indicador negativo, resulta em outro indicado negativo. A queda do ICEC vem do menor dinamismo interno e que por sua vez, gera uma redução dos investimentos”, explicou Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio SC.
Com registro de queda expressiva anual (-46,8%), o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) também registrou recuo mensal em todos seus subíndices, reflexo do volume de vendas e no faturamento das empresas do comércio. Sua avaliação é dividida em condições atuais do comércio, da economia e das empresas.
No subíndice das condições atuais do comércio (CAC), relacionados ao dinamismo do setor: volume de vendas, faturamento das empresas do comércio – apresentou variação negativa expressiva de -53,2% na comparação anual.
Maior recuo foi registrado nas condições atuais da economia (CAE), que verificou uma acentuada queda anual de -68,4%. Os dados fazem uma leitura da economia como um todo: indústria, agropecuária, cenário internacional, ajuste econômico.
“No âmbito geral, a situação é de grande pessimismo, associado ao ajuste econômico de caráter recessivo, ao baixo volume de vendas no estado e a forte pressão inflacionária, vinda da forte desvalorização do real e do reajuste dos preços administrados, fazendo com que a inflação ultrapasse os 9% “, avalia Luciano Córdova, analista de economia da Fecomércio SC.
O terceiro subindice de condições atuais das empresas do comércio (CAEC) caiu -29,2%, explicado pela restrição ao crédito a cada mês mais crescente.
Na comparação mensal a queda foi mínima de -0,6%.
O resultado aponta o pessimismo dos empresários catarinenses em relação às condições atuais, reflexo da redução do crédito, pelo crescimento reduzido dos rendimentos do trabalho e da queda do volume de vendas.
Leia a pesquisa completa
Investimentos no setor
Apesar do Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) ter uma variação positiva de 2,0% ao mês, dos 125,3 pontos em setembro, o índice foi para 127,8 pontos em outubro, a cautela será a palavra de ordem do comércio nos próximos meses.
O (IIEC), Índice de Investimento do Empresário do Comércio subiu 5,5% no mês, mas com registro de queda anual -29,5%. Este resultado decorre muito das difíceis condições atuais da economia – como a restrição ao crédito e aos juros elevados que afetam o consumidor e o empresário,  indicando que as fortes pressões inflacionárias e o desaquecimento do mercado interno acendem um sinal pessimista e de preocupação aos empresários.
Com esses números o resultado do setor varejista fica comprometido, gerando grande pessimismo e bloqueio dos investimentos, já que os empresários avaliam que o retorno dos investimentos não compensará mais seus custos.

 

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