1 de dezembro de 2015

Fitch: taxas de juros elevadas desafiam empresas brasileiras

A Fitch Ratings acredita que os indicadores de crédito das empresas brasileiras continuarão pressionados em 2016, devido à combinação de um ambiente macroeconômico enfraquecido e de taxas de juros crescentes no país.
“O aumento das taxas de juros no Brasil impactou a geração de fluxo de caixa livre (FCF), ameaçando a viabilidade de empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. (Usiminas), além de ter contribuído para o rebaixamento dos ratings da Camargo Corrêa S.A. (Camargo), da Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobras) e da Oi S.A. (Oi)”, afirma Cristina Madero, analista sênior da Fitch.
A taxa Selic – a mais utilizada pela maioria das empresas – aumentou para 14,25%, de 7,0%, desde 2013. Outros indicadores usados em operações de crédito são o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, que se elevou para 9,5%, de 6,6%, e a TJLP, que aumentou para 7,0%, de 5,0%.
A agência estima que 32% de sua carteira no Brasil gastam, hoje, mais de 50% do EBITDA para honrar o serviço da dívida, em comparação aos 24% reportados ao final de 2013. A mediana do FCF das companhias brasileiras é de US$ 20 milhões, frente a US$ 47 milhões negativos para empresas que gastam mais de 50% do EBITDA no serviço da dívida.
A maioria dos emissores não é capaz de evitar a dívida local de alto custo. Os mercados de capitais internacionais permanecem fechados para grande parte das empresas, devido às preocupações com o ambiente político e macroeconômico deteriorado do Brasil, além das incertezas sobre as inúmeras investigações de corrupção. Apenas seis emissores conseguiram acessar os mercados de dívida em 2015: Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), Votorantim Cimentos (VCSA), Oi, Embraer S.A. (não avaliada), Globo Comunicação e Participações S.A. (Globo) e BRF S.A. (BRF), em comparação com 36 emissões em 2014.
Jornal do Brasil

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