14 de janeiro de 2016

Contador também precisa saber dialogar

Inovar sempre e não se apegar a ideias que já se provaram ineficientes. Esta é a fórmula indicada por Geuma Campos Nascimento, sócia da Trevisan Gestão & Consultoria, para bem gerir um escritório de contabilidade.
A teoria é absoluta, mas a prática nem sempre é levada avante em razão de trivialidades, como clientes que não aceitam mudar a maneira de executar determinadas tarefas. “Sempre fiz desta maneira, por que agora tenho que mudar?”, é um questionamento recorrente ouvido pelos profissionais. O que fazer? Tentar convencê-lo de que a mudança será boa para os negócios. “O investidor brasileiro ainda não tem a cultura de gerir seus negócios com base na contabilidade, logo isso também é um desafio para os empresários da contabilidade”, diz Geuma.
Alexandre Auler, CEO do grupo Invoiceware, afirma que o poder de adaptação a novas realidades precisa ser a qualidade de contabilista. Ele julga invasivas as novas exigências do Sped, com eSocial. E a maneira de fazer frente a isso vai na mesma linha apontada por seus colegas: “Educação continuada, constante processo de atualização e  habilidade para o diálogo. O estereótipo que identificava os profissionais contábeis como metódicos e apenas focados em números não tem mais espaço”.
Geuma propõe lançar um olhar “holístico” à contabilidade. “Minha avaliação é que vivenciamos um momento profundamente preocupante, em todos os sentidos. O Brasil é pouco contabilizado, é pouco auditado, logo não há robustos controles internos nas empresas privadas ou públicas. Ocupamos posições preocupantes em pesquisas sobre fraudes nas empresas, sobre o grau de corrupção.”
Ela cita a pesquisa de 2013 da ONG Transparência Internacional, que analisou a percepção da corrupção em 177 países e apontou o Brasil na 72ª posição. “No Brasil, temos Lei Anticorrupção, Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas como, quando e sobre quem essas leis são aplicadas? O momento requer força e pragmatismo inteligente para coibir tudo isso dentro das empresas públicas e privadas”, sentencia.
E Auler resume: “A sociedade de uma maneira geral está menos tolerante para desvios de conduta por parte dos empresários. A reputação de uma empresa é patrimônio imensurável. Um bom produto e a transparência nas relações garantem o seu valor.  Uma fama idônea possibilita a manutenção e a abertura de negócios no Brasil e no exterior”.
DCI

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